A biossíntese de miRNAs nas células-tronco mesenquimais do sangue menstrual de endometriose
Postado em 21/07/2023
Após alguns estudos mostrarem uma participação de células-tronco no sangue menstrual e pequenas moléculas reguladoras (miRNAs) das mensagens celulares, como iniciadoras e mantenedoras da endometriose, a equipe do INCT Hormona da Universidade de São Paulo (USP) – Campus Ribeirão Preto – comandou um estudo para avaliar, pela primeira vez, os genes responsáveis pela biossíntese dessas moléculas reguladoras. O artigo “Downregulation of DROSHA: Could It Affect miRNA Biogenesis in Endometriotic Menstrual Blood Mesenchymal Stem Cells?” pode ser lido no link: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36983035/
De acordo com a pesquisadora do Instituto, Dra. Juliana Meola, a avaliação é de grande importância, afinal a endometriose é um problema de saúde pública. “A doença acomete uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva, o que representa aproximadamente 176 milhões de mulheres no mundo, e, muitas vezes, está relacionada à dor pélvica e/ou infertilidade”, explica. “A origem dela ainda é pouco compreendida e, com o estudo, é possível entender as diferenças entre os dois grupos: mulheres saudáveis e mulheres com endometriose.”, complementa.
Segundo o artigo, o grupo utilizou a técnica padrão ouro para detectar e mensurar diferenças gênicas, o PCR em tempo real. “Descobrimos que um gene chamado DROSHA, um dos primeiros genes na sequência de vários que é responsável pela biossíntese correta destes miRNAs, está duas vezes menos expresso na doença”, explica Dra. Juliana. “O que não sabemos é qual o efeito disso, ou seja, quais das moléculas regulatórias podem estar alteradas na doença decorrente deste gene “defeituoso” e, consequentemente, quais dos mecanismos celulares essa alteração pode impactar levando à endometriose”, afirma. A pesquisadora comenta que são necessárias novas análises para que haja uma avanço maior no entendimento sobre a endometriose. “Nosso próximo passo é estudar quais miRNAs estão alterados nestas células na endometriose”, finaliza.