Demanda de contraceptivos no Brasil e México no pós pandemia

Postado em 02/08/2022

Um estudo realizado pela equipe do INCT Hormona teve como objetivo analisar as desigualdades na demanda de contraceptivos no Brasil e no México. O grupo também estimou quanto tempo levaria para recuperar a cobertura de contraceptivos de longa duração no pós-pandemia de Covid-19.

De acordo com o coordenador do Centro INCT Hormona da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e membro do Comitê Gestor do Instituto, Dr. Luis Bahamondes, o grupo fez este exercício como uma contribuição aos governos para entender o problema da contracepção pós-pandemia. A equipe utilizou pesquisas nacionais de saúde de 2006 a 2018, para estimar a demanda por planejamento familiar satisfeita com métodos modernos, e como ela foi afetada pela pandemia de Covid-19. Foram analisadas três variáveis: cobertura, resultados de saúde e custos.

Segundo o Dr. Luis Bahamondes, após o estudo, foram encontradas profundas desigualdades entre a população mais rica e a mais pobre, no tocante ao acesso aos contraceptivos. “Também estimamos que o uso massivo de contraceptivos de longa ação, como os Dius e implantes, ajudaria em muito em reduzir a mortalidade materna antes da pandemia”, comenta.

O trabalho concluiu que, no cenário previsto para o Brasil e o México, os custos do planejamento familiar moderno e dos anos de vida ajustados por incapacidade são modestos. “Precisamos de ações concretas dos governos, o que não se vê no curto prazo em nos dois países”, finaliza.

O artigo “Potential of LARC to recover loss in satisfied demand for modern contraception after the COVID-19 pandemic: a case scenario analysis of Brazil and Mexico” pode ser lido, na íntegra, no link: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9168421/