Oncofertilidade em Países em Desenvolvimento
Publicado em 06/06/2020
Graças aos avanços na medicina no diagnóstico e tratamento do câncer, as taxas gerais de sobrevivência na maioria das mulheres e homens jovens com a doença aumentaram significativamente nas últimas quatro décadas.
Desta forma, a oncofertilidade – uma interseção de oncologia e medicina reprodutiva – vem ganhando, cada vez, mais destaque.
A oncofertilidade é uma das áreas de pesquisa do INCT, com foco em investigação nos países em desenvolvimento. Em artigo publicado no JCO Global Oncology, o Dr. Fernando Marcos dos Reis e sua equipe analisaram as práticas de oncofertilidade em cinco países da América do Sul e África – Egito, Tunísia, Brasil, Peru e Panamá. O objetivo foi avaliar quais os problemas que a população sofre em relação à escassez dos serviços de saúde, especialmente os ligados ao tratamento do câncer e fertilidade.
O levantamento de dados focou nas principais barreiras e oportunidades nestes países, coletados em dados da rede de parceiros globais do Oncofertility Consortium.
Os resultados apontaram barreiras comuns em cada país, incluindo as financeiras, como a falta do seguro saúde, cobertura e altos custos diretos para os pacientes; falta de conscientização entre profissionais e pacientes, restrições religiosas e falta de financiamento para ajudar a apoiar programas de oncofertilidade.
O estudo mostrou que apesar das barreiras, existem diversas oportunidades para aumentar o campo da oncofertilidade nos cinco países avaliados. “É importante continuar a envolver as partes interessadas nos países em desenvolvimento, usando poderosas redes nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, para ajudar na aceitação da oncofertilidade a um nível global”.
Para o pesquisador, as informações sobre os países em desenvolvimento ainda necessitam de muitas pesquisas, principalmente nos Serviços Públicos de Saúde.
*Mahmoud Salama; Lauren Ataman; Tamer Taha; Osama Azmy; Marouen Braham; Fatma Douik; Mohamed Khrouf; Jhenifer Kliemchen Rodrigues; Fernando M. Reis; Flor S´anchez; Sergio Romero; Mario Vega; and Teresa K. Woodruff