Estudo sob cooperação entre França e Brasil examina tratamentos contra endometriose

Publicado em 06/02/2019

A comparação entre fármacos utilizados para o tratamento de endometriose, através da observação da ação destas drogas em células colhidas de pacientes que tiveram a doença, poderá gerar indicativos sobre como qualificar as estratégias farmacológicas e até potencializar os efeitos anti-inflamatório e neutralizador de radicais livres. Estes são objetivos de um estudo que está sendo realizado no Laboratório de Estresse Oxidativo, Proliferação Celular e Inflamação do Institut Cochin, de Paris, o qual tem a participação do coordenador do Centro INCT Hormona da Universidade Federal de Minas Gerais, professor Fernando Reis.

O pesquisador brasileiro esteve na França entre outubro de 2017 e setembro do ano passado, integrando presencialmente etapas do estudo, com bolsa de pesquisa concedida pelo CNPq. “Queremos entender a interação molecular destes fármacos, saber como eles funcionam na célula, quais suas vantagens e limitações em termos de efetividade. A partir disso, esperamos descobrir se existe diferença no mecanismo de ação, saber se estas diferenças possibilitam a oferta de diferentes tratamentos para pacientes com diferentes características e, ainda, se será possível realizar modificações na própria composição dos medicamentos para melhorar sua efetividade”, aponta.

As drogas examinadas são um progestagênio clássico (acetato de medroxiprogesterona), outro de uso mais recente (dienogeste) e um modulador seletivo de receptor de progesterona (acetato de ulipristal), este último ainda não disponível no Brasil. Cada uma delas, segundo o professor, é testada em amostras de células coletadas de pacientes que realizaram o tratamento da endometriose entre os 25 e os 45 anos de idade. Os primeiros resultados deverão ser divulgados ainda este ano.

Texto e edição: Luiz Sérgio Dibe
Fotos: arquivo pessoal Dr. Fernando Reis